Somos enganados pelas pesquisas? O caso do leite



Bom, essa semana tenho recebido várias mensagens e vídeos sobre o LEITE. Todos eles informando sobre o quão ruim ele é para a nossa saúde, que fomos enganados durante muito tempo e que o ser humano é o único mamífero que bebe leite de outro animal. 

Fiquei realmente instigada, trouxa na vida amorosa até vai, mas até com os alimentos? Aí não!

Comecei a pesquisar a fundo sobre essas informações e olha, tá difícil saber se ele faz bem ou mal.

Primeiro, fiz uma pesquisa e verifiquei que a produção de leite só tem aumentado nesses últimos anos. De acordo com dados do IBGE - 2010, ao longo dos últimos 20 anos o setor lácteo passou por diversas transformações e vivenciou momentos distintos. Mesmo nos diferentes ambientes de intervenção, a produção sempre cresceu. Somente nos últimos 10 anos a produção de leite cresceu 55% no Brasil. Conforme dados atualizados da quantidade de leite adquirido pelos laticínios, houve novamente um aumento. No primeiro trimestre de 2011 a quantidade era de 5,49 bilhões de litros adquiridos e no primeiro trimestre de 2016 aumentou para 5,82 bilhões. 

Vamos à raiz do problema:

Percebi que os questionamentos sobre os benefícios ou malefícios do leite são até pontuais: Gordura, digestão, hormônios aplicados a vaca e doenças como o câncer (Existem mais, mas esses são os mais questionados).

GORDURA-
O leite possui proteínas, carboidratos e gorduras, esta última a mais comentada quanto ao mal que pode causar a nós, seres humanos. O leite integral tem no mínimo 3% de gordura total, o que de acordo com as pesquisas que realizei, não é um número agradável. Já de acordo com o site EL PAÍS: Para começar, há lácteos desnatados que praticamente não contêm gordura alguma. Entre os demais, alguns têm porcentagens modestas (o leite integral tem 3,6% e um iogurte não desnatado tem ao redor de 3%). Esse é um terreno escorregadio, onde a evidência científica parece colocar em xeque ideias que estavam muito arraigadas. Como explica o nutricionista Juan Revenga, durante um tempo pensou-se que todas as gorduras saturadas eram ruins, mas novos estudos mostram que não se pode generalizar e que as provenientes do leite podem inclusive ser benéficas para a saúde. 

DIGESTÃO-
Outro questionamento é sobre a digestão do leite. Para a escritora vegana Sônia Felipe - que é formada em Filosofia e tem pós-doutorado em Bioética e o DR. Drauzio Varella, cabe reconhecer que cerca de 50% da população adulta mundial apresentam cólicas abdominais, flatulência e diarreia ao ingerir leite. Esses casos são especialmente frequentes entre asiáticos e habitantes do leste africano. E você sabia que as populações que menos consomem leite sofreram e estão sofrendo mutação genética que regula a expressão de lactase, responsável pela boa digestão de leite? Os achados sugerem que podem existir outras mutações ainda desconhecidas e que a habilidade de digerir leite não é simples questão de ser capaz ou não. A herança genética responsável por ela é mais complexa do que se imaginava, e pode explicar os diferentes graus de tolerância a que os adultos se referem quando tomam um copo de leite. Mas para as pessoas que não tem a enzima que digere a lactase, existe o leite sem lactose. 

HORMÔNIOS-
Para Robert Cohen, o leite contém poderosos hormônios de crescimento provenientes de vacas tratadas com proteína bovina geneticamente modificada. Como disseram os produtores de laticínios, esse hormônio faz as vacas adoecerem, desenvolvendo mastite, para ser mais específico, uma doença que requer doses colossais de antibióticos. Já de acordo com o site EL PAÍS, dar hormônios aos animais é uma prática proibida há anos. Aplicar antibióticos para fomentar o crescimento também é (na União Europeia desde 2006). Miguel Ángel Lurueña, doutor em ciência e tecnologia dos alimentos e autor do blog Gominolas de Petróleo, explica que os antibióticos só podem ser empregados em situações específicas, exclusivamente para fins de tratamento. “Caso sejam administrados, é necessário respeitar um tempo de espera para conseguir que o animal metabolize essas substâncias, a fim de que não estejam presentes no leite (ou na carne) em quantidades que possam representar um risco à saúde humana. A Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA) publica todo ano um relatório mostrando os resultados do controle que realiza periodicamente sobre os alimentos. No relatório do ano passado, apenas 0,09% do leite analisado apresentou uma quantidade de antibióticos acima dos limites estabelecidos por lei.

DOENÇAS-
Ainda de acordo com Robert Cohen, uma das conseqüências mais preocupantes do hormônio do crescimento bovino é que ele aumenta os níveis de um poderoso hormônio do crescimento, o IGF-I. O IGF-I é um fator-chave no crescimento e proliferação do câncer. Já de acordo com a Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição, estudos populacionais têm demonstrado que o consumo de leite e derivados estão associados a um menor risco de desenvolvimento de síndrome metabólica, hipertensão, doenças cardiovasculares e certos tipos de câncer, como o de cólon (Goldbohm et al., 2011; Kaluza et al., 2010; Warensjo et al., 2010). Para o site EL PAIS, sobre esse tema não há conclusões científicas sólidas. Ou seja: se favorece ou impede o desenvolvimento do câncer, não seria de forma determinante, posto que não existe uma clara evidência de uma coisa ou de outra. Em todo caso, os estudos realizados vão na linha do que resume a Escola de Saúde Pública de Harvard: “Enquanto o cálcio e os lácteos podem reduzir o risco de câncer de cólon, um alto consumo desse grupo de alimentos poderia, possivelmente, aumentar ao mesmo tempo o risco de câncer de próstata e de ovário.” Os especialistas tomam essa afirmação com cuidado, já que foram encontradas correlações, mas não causalidades: ou seja, não se sabe se o que provoca um aumento ou uma redução dos tumores seja o leite; pode haver outros fatores na equação. “Esses valores tão estreitos não deveriam ser utilizados para fazer recomendações radicais ou excludentes demais”, conclui Luis Jiménez, químico e autor do livro Lo que dice la ciencia para adelgazar (“O que diz a ciência para emagrecer”).

Bom, concluindo, podemos perceber que existem várias opiniões, mas no geral, analisando os prós e contras, não cheguei a conclusão nenhuma. Como saber o que é certo? Como saber o que faz bem? Na verdade cheguei a uma conclusão sim, somos realmente enganados. Trouxa em todos os setores rs. Só saberemos a verdade se começarmos a ter vacas, vender leite e fazermos nós mesmos as nossas pesquisas. 

Se você tende a crer que o leite faz mal, com certeza tenderá para o uso dos anabolizantes usados de forma incorreta, tenderá por que que não digere bem a lactose e que realmente existe o fator chave no crescimento e proliferação do câncer.

Mas se você acredita que o leite faz bem, vai dizer que está de acordo com as pesquisas quanto aos benefícios da gordura presente no leite, se você não é intolerante a lactose, vai dizer que não há problema algum em tomar o leite diariamente e que sua mãe não bebe leite diariamente e mesmo assim teve câncer.

Eu, Priscila, gosto de leite e não sou intolerante a lactose. Então, tenderei para o lado de que faz bem. Não acredite em todas as informações do seu feed de notícias no Facebook ou videos que recebe no WhatsApp. 

Se você quer saber onde encontrei essas informações, acesse os links:

-http://sban.cloudpainel.com.br/source/SBAN_Importancia-do-consumo-de-leite.pdf
-http://brasil.elpais.com/brasil/2015/06/24/ciencia/1435133903_111790.html
-http://www.cca.ufscar.br/~vico/O%20LEITE%20E%20SEUS%20DERIVADOS.pdf
-http://www.ebc.com.br/infantil/para-pais/2013/04/leite-de-vaca-faz-mal
-http://www.milkpoint.com.br/industria/cadeia-do-leite/giro-de-noticias/por-que-as-pessoas-bebem-leite-93845n.aspx
-http://drauziovarella.com.br/crianca-2/intolerancia-ao-leite/
-http://www.pioneersementes.com.br/media-center/artigos/161/evolucao-da-producao-de-leite-no-brasil-nos-ultimos-40-anos
-http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/07/150707_vert_fut_leite_ml
-http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/agropecuaria/producaoagropecuaria/abate-leite-couro-ovos_201601_publ_completa.pdf
-https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/2098438/gordura-do-leite-pode-fazer-bem

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