Empreendedorismo Parte II: Oportunidade x Necessidade e o caso da MaxMilhas


Já sabemos que ninguém é obrigado a empreender e que ninguém precisa seguir a "modinha". Devemos fazer o que  nos faz bem.

Eu gosto de empreender e estou sempre capacitando-me (isso não significa dizer que eu vá inventar uma máquina de teletransporte ou algo do gênero), mas busco por um entendimento cada vez mais amplo sobre o assunto.

Bom, minha recente capacitação está sendo realizada através de um curso que se chama Engenheiro Empreendedor. Estou apaixonada! Cada dia mais. E esse curso traz dicas, consultores no ramo do empreendedorismo, desafios e a troca de experiências. 

Por ser um curso que emana o empreendedorismo, obviamente, um olhar mais romântico da coisa é valorizado. Claro, sempre pensando em dois cenários possíveis: o pessimista e o otimista. Nesse curso aprendemos a correr riscos calculados, como se apresentar para futuros investidores, preencher um planejamento do futuro negócio, palestras, entre outras assuntos motivantes. 

Em uma dessas visitas de casos de sucesso, tivemos a presença do Max Gaudereto Oliveira, CEO e sócio fundador da MaxMilhas. Já ouviram falar dele? Até aquele dia, preciso confessar que eu não, mas que bom que o conheci, por que são histórias como a dele que nos motivam a continuar com o nosso "sonho" de empreender. 

A MaxMilhas foi fundada em 2013.

A ideia de negócio surgiu por experiência própria. Em uma entrevista ao site Pequenas Empresas e Grandes Negócios, Max explica de onde ela veio:

"Em 2012, Oliveira - Max - era engenheiro sênior na Vale e, em função do trabalho, morou em várias cidades do país, como São Paulo, São Luis, Belo Horizonte e, por último, Vitória. Naquele ano, o empreendedor ia viajar de Vitória a São Paulo para visitar sua namorada quando teve um problema. “O preço da passagem era de pouco mais de R$ 100, mas na hora que fui fechar a compra no site, houve um erro no sistema e eu tive que recomeçar tudo. Quando vi, o preço tinha subido para mais de R$ 500”, conta..

Aborrecido com o ocorrido, Max resolveu procurar por amigos que tinham milhas aéreas que pudessem vender para ele. Percebendo que não era tão fácil encontrar por pessoas que cuidassem das suas milhas, veio a ideia: “Notei que esse era um mercado muito pouco explorado no Brasil. Não existia uma plataforma de compra e venda, e muitas pessoas perdiam suas milhas porque não utilizavam antes do vencimento.”

De férias do trabalho, o engenheiro decidiu montar um projeto de negócio baseado nas milhas aéreas e apresentou para os amigos Conrado Abreu, que era assessor em um fundo de investimentos, e Hiran César, que trabalhava com TI em um site de compras coletivas. Juntos, os três investiram R$ 28 mil do próprio bolso e trabalharam durante seis meses no desenvolvimento da plataforma. Em janeiro de 2013, a MaxMilhas começou a funcionar (...)"

Max se disponibilizou a responder algumas perguntas sobre o empreendedorismo por necessidade e o empreendedorismo por oportunidade para o blog Juventude Frustrada. Aproveito para agradecê-lo pela atenção e disponibilidade.

Juventude Frustrada: Com o incentivo "frenético" ao empreendedorismo (hoje cada vez mais presente nas escolas), é possível para qualquer pessoa, empreender?

Max: Acredito ser possível sim para qualquer pessoa empreender. O que não implica que é o ideal para qualquer pessoa. Como todas as profissões exigem características específicas para exerce-las, para empreender também. É algo que exige muito da pessoa e ter uma predisposição para se dedicar de forma extrema ao negócio, lidar com frustrações, pensar soluções fora da caixa, ser auto motivado por propósitos fortes que não lhe deixam desistir, dentre outras características, é importante para se tomar a decisão de empreender. Existe um livro que aborda exatamente sobre isso que eu gosto muito: "O livro negro do empreendedor"

Juventude Frustrada: Nós sabemos, e temos visto cada vez mais, que o sonho do brasileiro é empreender, ser dono do próprio negócio. Na sua opinião, de onde vem esse sonho? Seria sonho ou falta de oportunidade no mercado de trabalho?

Max: Vejo várias pessoas com propósitos que considero estranhos para empreender. Aqueles que querem ter o próprio negócio para não ter chefe ou para ter horário de trabalho flexível ou apenas para ganhar dinheiro. Mas, empreender algo realmente grande e significante na vida das pessoas, normalmente é uma trajetória bem mais árdua do que o emprego. 

Juventude Frustrada: Você acha que o aumento de empreendedores por necessidade ocorreu devido a crise e aos milhares de desempregos desde 2014, ou na verdade ele sempre existiu?

Max: Acredito que a crise impulsiona o empreendedorismo por oportunidade sim. Algumas pessoas que perdem o emprego e tentam ter uma forma alternativa de renda temporária mas também algumas pessoas que sempre quiseram empreender mas lhes faltavam coragem. Quando perdem o emprego, tem o empurrão que precisavam. A capacidade de levantar depois da queda é necessária pra qualquer empreendedor!

Max também deixou algumas dicas para os leitores do blog que desejam empreender:

"Eu aconselho a pessoa que quer empreender se perguntar primeiro se ela já atua como um empreendedor dentro da empresa que trabalha. Se com toda estrutura de uma empresa, você ainda assim não atua como tal, não acredite que o fato de você não ter chefe, você vai mudar. Primeiro, quando se empreende você tem muitos mais chefes e mais cruéis: seus clientes. Se não atender a eles, não adianta, não terá sucesso. Os desafios são muito mais difíceis, pois se está sozinho num país nada propício para o empreendedorismo. Todas a leis são contra o seu negócio: regras clt, direito do consumidor, regulamentações tributárias, risco Brasil e etc. Para mim, empreender está mais conectado com a forma que você enxerga os desafios e desenvolve as atividades no dia a dia do que ter um CNPJ."

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O blog

Vida saudável

Dinâmica de Grupo